Professor de Matemática – aluno do Curso de Gestão Hospitalar
No momento em que estamos vivendo, a fome tem sido constantemente palco das grandes discussões políticas e sociais. Numa época em que somos surpreendidos com as injustiças e as corrupções, fica aqui uma reflexão que não se cala: será que falta uma política séria, compacta e assumida por toda a sociedade como um instrumento que prioriza o social e que busca realmente um novo realiamento de altíssima relevância para a superação da crise que assola de forma desumana os mais pobres?
Nesse contexto, podemos reflectir sobre a prática governamental das políticas públicas como um paradoxo entre linhas, consumidas pelas rotineiras vias burocráticas e pelo falso discurso ético – social dos que governam o país. Fica claro que essa responsabilidade social está situada nas grandes diversidades económicas, sociais e culturais existentes e sendo acomodada numa missão institucional que não viabiliza com tamanha transparência medidas concretas em face das directrizes que asseguram a qualidade de vida da nossa e de toda a humanidade, desta e das futuras gerações. A questão da fome passa a ser um meio de propagação política, pois transformam a fome em uma situação renovável, ou seja, a fome passa ser uma utopia que se encontra na linha do infinito.
É preciso reciclar o nosso pensamento de forma progressiva e sistemática para combatermos a fome sem transformá-la em objecto directo do discurso político e tão pouco, focalizar somente segmentos isolados, mas sim, na sua totalidade, com objectivo centrado a responder as necessidades básicas e essenciais prevista na Constituição. Se continuarmos persistindo na política de programas voltados como plataforma eleitoral, a pobreza será uma onda crescente nessa via “Democrática” , como um sistema de desintegração social.
Por fim, acredito que o caminho a ser superado é de conscientização, de resistência e de reestruturação, dentro de uma linha de conduta fiel, que possa servir como um programa digno a sobrevivência entre a maioria da população que vive na linha da extrema pobreza.
“Humildade"
Senhor, fazei com que eu aceite, minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho. Não lamente o que podia ter e se perdeu por caminhos errados e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade, seja como a chuva desejada caindo mansa, longa noite escura numa terra sedenta e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós, minha cama estreita, minhas coisinhas pobres, minha casa de chão, pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha debaixo do meu fogão de taipa, e acender, eu mesma, o fogo alegre da minha casa na manhã de um novo dia que começa.
REFLEXÃO ÉTICA SOBRE A DIGNIDADE HUMANA
"Não te dei, ó Adão, nem rosto, nem um lugar que te seja próprio, nem qualquer dom particular, para que teu rosto, teu lugar e teus dons, os desejes, os conquistes e sejas tu mesmo a possui-los.
Encerra a natureza outras espécies em leis por mim estabelecidas.
Mas tu, que não conheces qualquer limite, só mercê do teu arbítrio, em cujas mãos te coloquei, te defines a ti próprio. Coloquei-te no centro do mundo, para que melhor possas contemplar o que o mundo contém. Não te fiz nem celeste nem terrestre, nem mortal em imortal, para que tu, livremente, tal como um bom pintor ou um hábil escultor, dês acabamento à forma que te é própria".
Novelas Reinaldo Meireles
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