No dia em que se comemorou o 25 de Abril em Novelas, os Jovens na Ocupação de Tempos Livres), ficaram atónitos em relação às suas celebrações levadas a efeito pelas entidades envolvidas, no que refere á divulgação desta data.
Na opinião de diversos jovens de Novelas pertencentes ao grupo, não foi atempadamente informado a população das acções que pretendiam desenvolver, tornando cada vez mais as comemorações numa data que se parece desvanecer no tempo e numa festa que se leva a compreender como só de alguns.
Sendo desconhecidas as actividades desenvolvidas até quatro dias antes das comemorações, fomos interrogados por diversos jovens que pretendiam participar, e não o fizerem por não ser possível a sua preparação atempadamente e onde ouve até quem apresenta-se o seu trabalho neste blog.
Lamentavelmente desaprovamos o sucedido, fomos forçados a ouvir e a conceder a voz alguns desses jovens neste espaço, justificando-se de que o dia 25 de Abril não deve nem deveria ser só de alguns, segundo passamos a citar:
- "Este dia não é, nem deveria ser só de alguns, este dia demarca a viragem da história na cultura de um povo que nós jovens de Novelas entendemos que deixou muito a desejar, uma vez que não foi possível por desconhecimento participar, e onde só no dia da revolução é que seria possível fazê-lo.
Devemos unir dar as mãos e todos juntos lutarmos-mos pelos nossos ideais que neste dia se combinam da mesma forma, que celebram o dia Primaveril e que não existiu por um acaso, os acontecimentos desse dia revelam que existia uma união muito grande entre o povo e o Movimento das Forças Armadas de tal forma organizados e que infelizmente aqui não tivemos.
Mas os militares da Revolução não fomos nós, eles preconizaram um momento da História Portuguesa, com milhares de outros protagonistas anónimos e onde todos puderam participar numa situação que parecia impossível, mas inédita e onde em apenas vinte quatro horas antes foi marcado o derradeiro momento do estado novo.
Isto só foi realizável exactamente no dia da revolução.
- Não será difícil imaginar o Terreiro do Paço naquela manhã, e o desfecho no Largo do Carmo ao fim da noite foi a Revolução dos Cravos, tudo teve um princípio e hoje muitos de nós já esqueceram desse dia a recordar… e outros nem conhecem e nunca ficaram a conhecer a razão da sua existência.
Meia-noite e vinte e a Rádio Renascença transmitia a canção "Grândola, Vila Morena", de José Afonso, segundo sinal do MFA, para que os militares dessem início às operações previstas organizadas vinte quatro horas antes, terminando num desfecho fatal para a ditadura que se impunha, em que as forças de paraquedistas chegam à prisão de Caxias, onde a PIDE/DGS ainda resistia e é transmitido novo comunicado do MFA.
São promulgadas a destituição dos dirigentes fascistas e a extinção da PIDE/DGS, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa.
Terminava o fim de uma ditadura onde muitos foram os poetas que cantaram e ainda hoje cantam as ideias de Abril.
Francisco Fanhais resiste, Tino flores também e Mário Branco e outros continuam o que antes e depois da Revolução dos Cravos muitos poetas portugueses escreveram sobre as ideias de liberdade e solidariedade, contra a ditadura. "
Esta foi a herança que os meus pais me transmitiram, sobre a REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, onde eu penso que muito há ainda a fazer conforme abaixo poderá ouvir, num trabalho que não pude apresentar nesse dia que fiquei muito triste por não poder participar.
Já agora uma vez que não me foi possível registar as comemorações do 25 de ABRIL, na minha terra em Novelas, faço-lhe uma pergunta só porque diz que faz, diz que sabe, diz até que é só mais um...
Que porra, começo a pensar onde estava esta gente quando se deu o 25 de Abril! Não achei justo só queria que Abril florisse, para todos!
Esta é a verdadeira historia da Revolução do 25 de Abril, nesta peça podemos entender e até tirar uma pequena lição, de como por um pouco se fez muito. De quanto foram importantes as canções de Abril e as lutas constantes, contra uma ditadura em que o eu quero, posso e mando, e sobretudo a disparidade da desigualdade entre as classes, onde predominavam os ricos, acabou por derrubar o regime.
A história é mais do que evidente e levou a que acontecesse o que já se esperava, na noite de 24 de Abril de 74, a impossibilidade de controlar uma revolta do povo, que se sentia oprimido levaram a uma revolução.
Hoje estamos atentos e vigilantes e a nossa preocupação, isso sim projecta-se com o futuro que iremos deixar para as próximas gerações. Um sistema em que os ricos foram ultrapassados pelos novos ricos, a classe média está a desaparecer, a pobreza é evidente e uma realidade, as desigualdades sociais, as injustiças, a falta de solidariedade, a falta de humanidade e dignidade, levam-nos a lançar um novo olhar sobre a realidade.
ABRIL SEM CANDEIAS NEM AMEIAS
No entanto devemos pensar seriamente:
Não deveremos fazer com os outros, aquilo que não gostaríamos que outros nos fizessem.
Entende-se assim, que quem semeia ventos colhe tempestades.
Terminamos com um apelo, a um mundo de paz, justo e igual, sem fome nem pobreza, e que estamos convictos de que esse dia virá a acontecer, pois caso contrário será necessário repensar Abril.